A «cura de austeridade» que o governo conservador britânico se prepara para aplicar terá um efeito devastador sobre a economia e, em particular, sobre o emprego.

Segundo o diário The Guardian (29.06), que revela previsões do próprio governo até agora «secretas», os drásticos cortes orçamentais implicarão a destruição de 500 mil postos de trabalho na administração pública e 700 mil no sector privado, designadamente nos sectores que dependem dos contratos públicos-privados e dos investimentos do Estado.

O ministro das Finanças, George Osborne, deu ordens aos ministros para prepararem cortes de 25 por cento no próximo orçamento e de 40 por cento nos próximos quatro anos.

Perante esta contracção orçamental sem precedentes desde a II Guerra Mundial, até o antigo ministro trabalhista das Finanças, Alistair Darling, se manifestou preocupado, notando que estes cortes significarão que «as pessoas que perderam o seu emprego nunca mais encontrarão outro».

Por seu lado, o primeiro-ministro, David Cameron, recusou-se a dar explicações sobre a não publicação de tais previsões, preferindo antecipar melhorias no emprego já a partir do presente semestre.

Os sindicatos refutam quaisquer melhorias na situação económica e prometem lutar contra as políticas orçamentais restritivas. «O governo iniciou um combate contra a classe operária e nós estamos prontos a bater-nos», declarou Bob Crowe, líder do poderoso sindicato dos Transportes.